3 de março de 2014

O Templo Branco, o Triângulo Dourado e a Tribo das Mulheres-Girafa

Esse foi o passeio mais esperado do norte da Tailândia. Partimos cedo do hotel em uma van, com uma guia divertida, em direção ao extremo norte do país. De Chiang Mai 'a Chiang Rai são aproximadamente 3 horas de viagem. Três sofridas horas que não passavam... a estrada era ok mas muito sinuosa. Quem conhece o Be sabe que ele passa mal em carros, ônibus e até trem se está de costas. Mas até eu estava enjoada porque nosso motorista corria tanto e fazia as curvas tão loucamente em uma velocidade tão alta que eu achei que não voltaríamos vivos de lá. Eu estou acostumada com altas velocidade (oi, pai) mas foi meio desesperador e esse foi o primeiro sinal de que o turismo na Tailândia tem muito o que aprender e se organizar. De qualquer forma, quando chegamos no Wat Rong Khun, mais conhecido como Templo Branco, eu até esqueci o risco de morte que tínhamos acabado de correr.
O Templo Branco fica 13km ao sul de Chiang Rai. Enquanto vários templos da região foram construídos há séculos, esse templo incomum foi construído em 1997 por um artista plástico chamado Chalermchai Kositpipat.



A construção é cheia de simbolismos. A ponte que leva até a entrada e passa por cima de um mar de braços esticados chega a ser macabra, mas não deixa de ser interessante.




De longe, parece que jogaram purpurina no templo. Isso porque ele foi todo acabado com pequenos pedaços de espelho, que brilham com o reflexo do sol.




Na parte interna, onde não é permitido fotografar, tem um painel de cenas que representam Samsara ("o domínio do renascimento e desilusão"), com imagens como do avião batendo nas Torres Gêmeas, Keanu Reeves em Matrix e por aí vai. Eu vou ser bem sincera e dizer que achei muito estranho... enquanto a parte externa é bonita e impressiona, a interna é meio opressora, não dá pra explicar.






Esse templo me pareceu ser mais um ponto turístico-arquitetônico do que um lugar espiritual. Enquanto em Chiang Mai e em Bangkok vimos vários fiéis, aqui estava abarrotado de turistas. O lugar é realmente impressionante e a arquitetura é muito bonita e única.


Do Templo Branco seguimos para o Triângulo Dourado. A área ficou famosa por ser, desde 1920, uma das principais produtoras de ópio da Ásia. Essa região se encontra na confluência dos rios Ruak e Mekong, onde está a tríplice fronteira que divide a Tailândia, Laos e Myanmar (Burma).





Fizemos um passeio pelo rio e descemos em Donsao, Laos.







Continuando nosso passeio, voltamos para a estrada e seguimos da van até o extremo norte da Tailândia.


Nesse lugar está a fronteira com Myanmar. Não podíamos atravessar por vários motivos: falta de tempo, de visto e porque o turismo no país pode ser um pouco tenso. Então aproveitamos para fazer comprinhas nas lojinhas alí perto, achamos um jogo de chá lindo e elefantinhos lapidados em pedra. Mas foi interessante ver o fluxo de pessoas atravessando a fronteira.


A última parada do passeio foi em uma das tribos de mulheres-girafa que existe na região. Andamos pelo chão de terra batida, por entre os bangalôs simples.







Em meio a tonalidades de marrom e bege visualizamos uma explosão de cores. São os artesanatos feitos pelas mulheres da tribo: echarpes, bolsas e colchas.





Para as mulheres da tribo, os anéis no pescoço são sinais de beleza e status. Quanto mais anéis e maior o pescoço, mais bonita a mulher é considerada.



As meninas começam a usar os anéis a partir dos 5 anos e a cada ano novos anéis são acrescentados. Eles só são retirados quando a mulher está grávida ou muito doente, por causa do peso - os anéis são MUITO pesados!




Uma curiosidade que eu tinha era sobre como o pescoço "aumentava". Nossa guia nos explicou que na verdade não é o pescoço que cresce, mas sim o ombro que cai, por causa do peso. Ela inclusive nos mostrou uma radiografia de uma mulher com os anéis e comparou com uma sem anéis. É muito curioso!
Atualmente há uma lei no país que desobriga das mulheres a usarem os anéis, ou seja, eles se tornaram opcionais e só as mulheres que querem usam. Porém é um costume muito antigo, passado de geração para geração, e para eles esse é o padrão de beleza.




 Essa foi certamente uma daquelas experiências únicas, que eu nunca vou esquecer!

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